Outro dia, visitando um sebo no centro de São Paulo,
encontrei um livro que é um verdadeiro clássico da literatura espírita: O problema do ser, do destino e da dor,
de Léon Denis.
Léon Denis, francês, nasceu em Foug, em 1 de janeiro de 1846
e desencarnou em Tours, em 12 de março
de 1927. Ele foi um dos principais continuadores da divulgação e elaboração do
conhecimento espírita após o desencarne de Allan Kardec, ao lado de Gabriel Delanne
e Camille Flammarion. Incansável, fazia conferências por toda a Europa e em
congressos internacionais espíritas e espiritualistas, sempre defendendo
ativamente a ideia da sobrevivência da alma e suas consequências no campo da
ética nas relações humanas.
Quando comecei a ler o seu livro, achei que seria uma
leitura difícil, mas surpreendi-me com a descoberta de que não é difícil não!
Além disso, é um livro esclarecedor em muitos aspectos.
Claro, pode haver alguma passagem que uma ou outra colocação
do autor deva ser lida com cuidado, pois ele não é o dono da Verdade (ninguém
exatamente tem sido, vamos combinar, a não ser a motivada exceção que encontramos em Cristo, graças a Deus). Nesse sentido, Léon Denis não seria um escritor que pudesse ainda falar completamente como o Espírito da Verdade que, esse
sim, ouvimos falar, por exemplo, em várias passagens de O Evangelho segundo o Espiritismo.
É que a Verdade, como toda e qualquer potência absoluta, pertence somente a Deus, sempre!
Nós vamos nos aproximando Dela, bem como de outras potencialidades divinas na medida em que podemos e merecemos compreendê-la(s).
Mas, ao lermos essa sua obra em especial, notamos que Denis pode nos alimentar de vigor no caminho que tomamos em direção a nossa evolução pessoal , portanto, tanto individualmente assim como enquanto coletividade.
Vejam, por exemplo, essa passagem belíssima da página 319 da
minha edição, que é a 18ª e que foi publicada pela Federação Espírita
Brasileira:
[...] é consolador é belo poder dizer: Sou uma inteligência
e uma vontade livres; a mim mesmo me fiz, inconscientemente, através das
idades; edifiquei lentamente minha individualidade e liberdade, e agora conheço
a grandeza e a força que há em mim. Amparar-me-ei nelas; não deixarei que uma
simples dúvida as empane por um instante sequer e, fazendo uso delas com o
auxílio de Deus e de meus irmãos do Espaço, elevar-me-ei acima de todas as
dificuldades; vencerei o mal em mim; desapegar-me-ei de tudo o que me acorrenta
às coisas grosseiras para levantar o voo para os mundos felizes!
Vejo claramente o caminho que se desenrola e que tenho de
percorrer. Este caminho atravessa a extensão ilimitada e não tem fim; mas, para
guiar-me na Estrada Infinita, tenho um guia seguro – a compreensão da lei da
vida, progresso e amor que rege todas as coisas; aprendi a conhecer-me, a crer
em mim e em Deus. Possuo, pois, a chave de toda elevação e, na vida imensa que
tenho diante de mim, conservar-me-ei firme, inabalável na vontade de
enobrecer-me e elevar-me, cada vez mais; atrairei, com o auxílio de minha
inteligência, que é filha de Deus, todas as riquezas morais e participarei de
todas as maravilhas do Cosmo.
Léon Denis em 1870 |
Precisamos ler mais Léon Denis! Vocês não acham?
Sim, meus irmãos, precisamos conhecer e respeitar um
discurso como esse: que eleva a nossa Moral, nossas Esperanças, nossa Vontade, enfim,
todas as nossas potencialidades para prosseguirmos no caminho do Bem e da Luz.
Que assim seja, graças a Deus!
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