sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Leitura edificante no sentido pleno dessa palavra


Outro dia, visitando um sebo no centro de São Paulo, encontrei um livro que é um verdadeiro clássico da literatura espírita: O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis.

Léon Denis, francês, nasceu em Foug, em 1 de janeiro de 1846 e desencarnou em Tours,  em 12 de março de 1927. Ele foi um dos principais continuadores da divulgação e elaboração do conhecimento espírita após o desencarne de Allan Kardec, ao lado de Gabriel Delanne e Camille Flammarion. Incansável, fazia conferências por toda a Europa e em congressos internacionais espíritas e espiritualistas, sempre defendendo ativamente a ideia da sobrevivência da alma e suas consequências no campo da ética nas relações humanas.

Quando comecei a ler o seu livro, achei que seria uma leitura difícil, mas surpreendi-me com a descoberta de que não é difícil não!

Além disso, é um livro esclarecedor em muitos aspectos.

Claro, pode haver alguma passagem que uma ou outra colocação do autor deva ser lida com cuidado, pois ele não é o dono da Verdade (ninguém exatamente tem sido, vamos combinar, a não ser a motivada exceção que encontramos em Cristo, graças a Deus). Nesse sentido, Léon Denis não seria um escritor que pudesse ainda falar completamente como o Espírito da Verdade que, esse sim, ouvimos falar, por exemplo, em várias passagens de O Evangelho segundo o Espiritismo

É que a Verdade, como toda e qualquer potência absoluta, pertence somente a Deus, sempre!
Nós vamos nos aproximando Dela, bem como de outras potencialidades divinas na medida em que podemos e merecemos compreendê-la(s). 

Mas, ao lermos essa sua obra em especial, notamos que Denis pode nos alimentar de vigor no caminho que tomamos em direção a nossa evolução pessoal , portanto, tanto individualmente assim como enquanto coletividade.

Vejam, por exemplo, essa passagem belíssima da página 319 da minha edição, que é a 18ª e que foi publicada pela Federação Espírita Brasileira:

[...] é consolador é belo poder dizer: Sou uma inteligência e uma vontade livres; a mim mesmo me fiz, inconscientemente, através das idades; edifiquei lentamente minha individualidade e liberdade, e agora conheço a grandeza e a força que há em mim. Amparar-me-ei nelas; não deixarei que uma simples dúvida as empane por um instante sequer e, fazendo uso delas com o auxílio de Deus e de meus irmãos do Espaço, elevar-me-ei acima de todas as dificuldades; vencerei o mal em mim; desapegar-me-ei de tudo o que me acorrenta às coisas grosseiras para levantar o voo para os mundos felizes!
Vejo claramente o caminho que se desenrola e que tenho de percorrer. Este caminho atravessa a extensão ilimitada e não tem fim; mas, para guiar-me na Estrada Infinita, tenho um guia seguro – a compreensão da lei da vida, progresso e amor que rege todas as coisas; aprendi a conhecer-me, a crer em mim e em Deus. Possuo, pois, a chave de toda elevação e, na vida imensa que tenho diante de mim, conservar-me-ei firme, inabalável na vontade de enobrecer-me e elevar-me, cada vez mais; atrairei, com o auxílio de minha inteligência, que é filha de Deus, todas as riquezas morais e participarei de todas as maravilhas do Cosmo.

Léon Denis em 1870
Precisamos ler mais Léon Denis! Vocês não acham?

Sim, meus irmãos, precisamos conhecer e respeitar um discurso como esse: que eleva a nossa Moral, nossas Esperanças, nossa Vontade, enfim, todas as nossas potencialidades para prosseguirmos no caminho do Bem e da Luz.

Que assim seja, graças a Deus!

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