sexta-feira, 16 de março de 2012

O que você vê quando se vê?

Galerie des Glaces (Hall of Mirrors/Salão de Espelhos) do Palácio de Versalhes.
Certa vez, um jovem começou a se perguntar por que tudo em sua vida estava dando errado. Afinal, já não era mais rodeado de garotas, não tinha dinheiro suficiente para também se divertir, e, quando chegava em casa, apenas conseguia ver sua família inteira o cobrando.

Eles diziam que já lhe teriam dado de tudo (atenção, carinho, oportunidades de estudo, roupas, além de todo o aparato tecnológico que hoje é imprescindível na vida de um jovem), e, como não viam nenhum resultado, começaram a diminuir sua mesada e não permitir que ele saísse para as baladas.

Ele, então, ficou com raiva e como era muito orgulhoso não pôde enxergar que seus pais, agindo desse modo, só queriam seu bem. Assim permaneceu por anos, até que ele ouviu, em um momento propício, que para ser feliz é preciso conhecer a si mesmo. Foi quando, então, viu sua verdadeira face e notou que não era tão bonito como ele acreditava. Na verdade, sentiu como se "outro" estivesse ali no seu lugar.

Isso o ajudou a aprender a deixar de ser orgulhoso, uma vez que pensou: já que eu próprio não gostei disso que estou vendo em mim, quem é que vai gostar? É agora mesmo que vou mudar!

E começou lentamente a mudar, a fazer sua reforma íntima. É claro que isso não foi da noite para o dia! 
Na verdade, foi necessário colocar a mão na massa, aprender a deixar de ser egoísta e procurar ajudar outras pessoas a também verem que podem estar vivendo num salão de espelhos. Tais espelhos alimentam uma profunda ilusão: a do narcisismo exacerbado e que nasce do egoísmo e do orgulho.

Tal salão fica mais perto do que pensamos: fica dentro de nós mesmos.

É simples, no entanto, ver a nossa face real é só parar e refletir acerca de nossas atitudes. Elas podem agradar também ao próximo? Se não, estamos precisando de ajuda e, muitas vezes, precisamos da nossa própria ajuda e que só encontramos no ensinamento de que é preciso amar ao próximo como a si mesmo!
  
Observação: A imagem que abre essa postagem é a da Galerie des Glaces (ou Hall of Mirrors ou Salão de Espelhos) do Palácio de Versalhes, na França, ela nos lembra esse trecho daquela canção de Gilberto Gil e que já postamos aqui:

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração.

Mas, o tema dessa postagem foi, sobretudo, inspirado nessa música da banda alemã Kraftwerk:



The Hall of Mirrors

The young man stepped into the hall of mirrors
Where he discovered a reflection of himself
Even the greatest stars discover themselves in the looking glass
Even the greatest stars discover themselves in the looking glass
Sometimes he saw his real face
And sometimes a stranger at his place
Even the greatest stars find their face in the looking glass
Even the greatest stars find their face in the looking glass
He fell in love with the image of himself
and suddenly the picture was distorted
Even the greatest stars dislike themselves in the looking glass
Even the greatest stars dislike themselves in the looking glass
He made up the person he wanted to be
And changed into a new personality
Even the greatest stars change themselves in the looking glass
Even the greatest stars change themselves in the looking glass
The artist is living in the mirror
With the echoes of himself
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars fix their face in the looking glass
Even the greatest stars fix their face in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass

Nenhum comentário:

Postar um comentário