Na quarta-feira passada, tivemos o Dia de Finados ou Día de Los Muertos, como o chamam no México, e, como já foi dito aqui, na postagem anterior, a data nos faz considerar nossa relação com os entes queridos e que já desencarnaram.
Porém, acreditamos que ela deveria também servir como objeto de reflexão em relação a essa nossa condição futura, ou seja, após o nosso próprio desencarne.
O senso comum considera que falar na morte é algo de mau gosto porque é mórbido e, realmente, por si só, se esse tema não for tratado com a devida necessidade de elevação, ele pode nutrir estados psíquicos patológicos de morbidez e depressão: como o que encontramos em alguns poetas românticos do século XIX, por exemplo, que nutriam o tema da morte como uma fuga a uma realidade de encarnado que não os agradava. Aliás, sabemos que é muito comum essa atitude entre diferentes grupos de jovens ainda nos nossos dias.
Consideramos, contudo, que é preciso aproveitar a pouca idade que ainda temos para iniciar nosso processo de transformação interna, nossa reforma íntima, para que sejamos também auxiliados no momento da passagem desse plano terreno para o plano espiritual, afinal, nenhum de nós tem certeza de quando exatamente isso vai se dar, não é mesmo?
Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, os espíritos em mais de uma passagem são muito claros em relação à perturbação que ocorre no instante da morte, ou seja, quando há o desligamento do perispírito. Eles nos dizem que a tal perturbação é mais ou menos longa. E, ainda, que, se o Espírito já compreendia antecipadamente a sua situação, porque tinha conhecimentos advindos do Espiritismo, por exemplo, isso ajuda muito. Mas, sobretudo, são a prática do bem e a pureza de consciência que exercem, nesse momento, maior influência. (pergunta 165 de O Livro dos Espíritos)
Eles também nos dizem em determinada passagem da resposta à pergunta 155:
(...) Para outros, aqueles sobretudo, cuja vida foi toda material e sensual, o desligamento é muito menos rápido e dura, algumas vezes, dias, semanas e mesmo meses, o que não implica existir no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida, mas uma simples afinidade entre o corpo e o Espírito, afinidade que está sempre em razão da preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. Com efeito, é racional conceber que quanto mais o Espírito se identifica com a matéria, mais ele sofre ao se separar dela. Ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos, operam um começo de libertação mesmo durante a vida do corpo e, quando chega a morte, ela é quase instantânea.(...)
Então, pessoal, o papo é sério. É muito importante que busquemos melhorar durante essa vida, praticando o amor e a caridade, no exercício constante do perdão e do bem para com todas as pessoas e para conosco, por mais que tenhamos dificuldades. Pois só assim, poderemos ir elevando nosso Espírito, a cada dia, para que quando alcancemos a libertação da matéria, não fiquemos saudosos do que estávamos acostumados a fazer na condição de encarnados, portanto, daquelas ações que mais facilmente fazíamos com a ajuda da matéria mais densa e na condição de quem nutre uma mente impura.
Que, após nossa morte física, tenhamos calma e a consciência tranquila e que, assim, nossa passagem do plano físico para o plano espiritual seja como um despertar tranquilo. Que assim seja, graças a Deus!
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