sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quando o amor cobre tudo



Todos nós sabemos que o trabalho na seara do Cristo exige viver o que ele nos pede, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” e viver o seu mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Quando temos dificuldades em viver esse mandamento que é todo ele centrado no amor sem limites, isso ocorre devido aos nossos próprios limites e que demarcam nossa condição de espíritos imperfeitos e por isso mesmo encarnados em um planeta que demanda uma vida em que o amor se burila por meio de provas e/ou expiações a que estamos sujeitos.
O Evangelho Segundo o Espiritismo não nos cansa de apontar os principais defeitos de seres limitados espiritualmente: egoísmo e orgulho.
As provas e expiações, que existem para que possamos eliminar ou diminuir consideravelmente, pela experimentação daquelas, o alcance desses defeitos: elas implicam em sofrimento.
Contudo, não precisamos viver uma prova ou expiação como estamos acostumados a compreender o sofrimento, ou seja, como um castigo divino.
É preciso que entendamos o sofrimento como parte de tal processo, simplesmente.
Há, portanto, uma sutil diferença para a qual é preciso estar atento.
Aquele que exercita o amor de Cristo, que o tem como modelo, considera que sofrer, inclusive, faz também parte do amor.
Afinal, a princípio, temos dificuldades em aceitar os outros como eles são: com seus defeitos, contradições e com tudo aquilo que é diferente de mim, por exemplo, e do que eu acho que é certo. Enfim, daquilo que amo em mim mesmo, mais do que tudo.
Mas, a verdade é que não faria sentido amar o outro como amo a mim mesmo, se esse outro fosse completamente igual a mim, pois eu estaria amando uma cópia perfeita de mim mesmo, ou seja, apenas a mim mesmo de qualquer maneira, uma espécie de um “eu” duplicado, não é mesmo?
Se assim fosse, esse seria um amor egoísta, aquele que não se adequou ao proposto no mandamento maior: do amor que parte de si ao encontro com todas as criaturas de Deus, portanto, em que amar a Deus sobre todas as coisas cobre todas as coisas, tudo o que existe, toda a criação divina e que, por isso mesmo, se eleva a regiões em que esse amor é vivido assim, naturalmente.

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