sexta-feira, 4 de maio de 2012

Qual é o seu objetivo?


Sim, por vezes, vivemos como autômatos, ou seja, sem consciência dos próprios atos e como que teleguiados por interesses estranhos àqueles que nos serviriam melhor, a nós mesmos, ao nosso espírito, porque mais benéficos também a todos os que nos cercam: nossos irmãos e todas as criaturas de Deus. 

Quando assim procedemos, isso só é possível, porque essa liberdade nos foi concedida pelo Deus de amor – até mesmo a liberdade de não se sentir ou não querer se tornar responsável pela própria melhoria ou mesmo de não desejar participar do progresso da alma em direção à comunhão com as esferas iluminadas pela comunhão com o amor divino.

O amor de Deus respeita nossa ignorância ou o tempo necessário até que cansemos de sofrer, afinal muito se sofre quando não se mede as consequências dos próprios atos impensados. E por isso, tão somente, é que respondemos pelas consequências de nossos atos – e, assim sendo, podemos afirmar com toda convicção que não existe “castigo de Deus”, mas um amor divino que nos confrange por querer nos salvar.

É também por isso mesmo que precisamos “ouvir” mais os espíritos protetores e que tanto nos auxiliam, sobretudo ao nos lembrarem de tais circunstâncias.

Vejam vocês, se não é isso mesmo o que também encontramos nessa comunicação de... “um espírito protetor” e que Allan Kardec publicou no seu Evangelho segundo o Espiritismo:

Quando considero a brevidade da vida, fico dolorosamente impressionado pela incessante preocupação da qual o bem-estar material é para vós o objeto, ao passo que ligais pouca importância e não consagrais senão pouco ou nenhum tempo ao vosso aperfeiçoamento moral, que deve vos ser contado para a eternidade. Crer-se-ia, ao ver a atividade que desdobrais, que ela se prende a uma questão do mais alto interesse para a Humanidade, enquanto que não se trata, quase sempre, senão em vos esforçar  para satisfazer necessidades exageradas, a vaidade, ou vos entregar aos excessos. Quantas penas, cuidados e tormentos se inflige, quantas noites sem sono para aumentar uma fortuna, frequentemente, mais do que suficiente! Por cúmulo da cegueira, não é raro ver aqueles a quem um amor imoderado da fortuna e dos gozos que ela proporciona, sujeita a um trabalho penoso, orgulhar-se de uma existência dita de sacrifício e de mérito, como se trabalhassem para os outros e não para si mesmos. Insensatos! Credes, pois, realmente, que vos será tido em conta os cuidados e os esforços dos quais o egoísmo, a cupidez, ou o orgulho são os móveis, enquanto que negligenciais o cuidado do vosso futuro, assim como os deveres da solidariedade fraternal impostos a todos os que gozam das vantagens da vida social! Não haveis pensado senão em vosso corpo; seu bem-estar, seus gozos foram o único objeto de vossa solicitude egoística; por ele que morre, haveis negligenciado o vosso Espírito que viverá sempre. Assim, esse senhor tão estimado e acariciado tornou-se o vosso tirano; comanda vosso Espírito que se fez seu escravo. Estava aí o objetivo da existência que Deus vos havia dado? (UM ESPÍRITO PROTETOR, Cracóvia, 1861)

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