No último dia 21, aconteceu a décima edição do EMESM
(Encontro das Mocidades Espíritas de São Miguel). O tema central deste ano foi
o da tecnologia. Entre debates, dinâmicas, músicas, estudos e referências
doutrinárias, os participantes foram conduzidos, a todo instante, à reflexão sobre o uso responsável das mais diversas tecnologias.
Logo na primeira experiência do dia, os jovens participaram
de uma ambientação na qual tiveram seus celulares confiscados. A partir daí,
começava o desconforto dos participantes. Vale dizer, que muitos dos jovens
presentes descreveram este momento como sendo invasivo e que chegaram a sentir
um vazio, já que, daquele momento em diante, não tinham em mãos o aparelho que
os ligavam ao resto do mundo. Entretanto, apesar do desconforto dos primeiros
momentos, os mesmos participantes que afirmaram senti-lo, disseram também que,
horas depois, não percebiam mais a falta do celular. Neste misto de sentimento
de perda e solidão digital, os jovens, através de suas próprias opiniões, identificaram
que somos escravos da tenologia e que é preciso que deixemos claro quem é que
manda em quem. E, identificando que o uso exagerado dessas ferramentas que
facilitam nosso dia a dia nos torna doentes, fizeram assim paralelo com a
situação dos usuários de drogas, ao se colocarem também na posição de viciados.
Identificado o mal, era preciso tratá-lo. Mas como fazer
isso? A humanidade já está tão acostumada com a superfluidade das facilidades
cotidianas que viver sem elas parece algo impossível. Mas será mesmo? Será que
não nos é possível viver sem celulares, computadores, televisão etc.? Deixemos
bem claro, evidentemente, que a intenção do evento não era fazer oposição ao
desenvolvimento tecnológico e a todas as comodidades que esses avanços nos proporcionam,
muito pelo contrário. A ideia do evento foi a de justamente enriquecer esses
inventos maravilhosos, dando a eles o devido valor, ao invés de pejorá-los,
fazendo-lhes mau uso.
A solução então estava no reset, isso mesmo,
recomeçar. E novamente os participantes foram conduzidos ao universo de suas
próprias consciências, com a ajuda de uma dinâmica em que todos foram inseridos
em um ambiente primitivo, após terem sido exterminados por uma máquina que veio
do futuro, com o propósito de realizar o exílio daqueles que não souberam
aproveitar os recursos tecnológicos. Nesse instante, todos puderam entender,
pelo menos parcialmente, o que aconteceu com os capelinos. E ficava aí, a
grande reflexão do evento: De todos os seres na terra, o ser humano se destaca
por sua capacidade de adaptação e criação. Logo, cabe a ele, como ser
predominante e agente transformador de seu próprio meio, a responsabilidade de
usar todo o seu conhecimento para o bem geral do planeta, no campo material e,
sobretudo, no campo moral.