segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Exterminador de futuros


No último dia 21, aconteceu a décima edição do EMESM (Encontro das Mocidades Espíritas de São Miguel). O tema central deste ano foi o da tecnologia. Entre debates, dinâmicas, músicas, estudos e referências doutrinárias, os participantes foram conduzidos, a todo instante, à reflexão sobre o uso responsável das mais diversas tecnologias.

Logo na primeira experiência do dia, os jovens participaram de uma ambientação na qual tiveram seus celulares confiscados. A partir daí, começava o desconforto dos participantes. Vale dizer, que muitos dos jovens presentes descreveram este momento como sendo invasivo e que chegaram a sentir um vazio, já que, daquele momento em diante, não tinham em mãos o aparelho que os ligavam ao resto do mundo. Entretanto, apesar do desconforto dos primeiros momentos, os mesmos participantes que afirmaram senti-lo, disseram também que, horas depois, não percebiam mais a falta do celular. Neste misto de sentimento de perda e solidão digital, os jovens, através de suas próprias opiniões, identificaram que somos escravos da tenologia e que é preciso que deixemos claro quem é que manda em quem. E, identificando que o uso exagerado dessas ferramentas que facilitam nosso dia a dia nos torna doentes, fizeram assim paralelo com a situação dos usuários de drogas, ao se colocarem também na posição de viciados.

Identificado o mal, era preciso tratá-lo. Mas como fazer isso? A humanidade já está tão acostumada com a superfluidade das facilidades cotidianas que viver sem elas parece algo impossível. Mas será mesmo? Será que não nos é possível viver sem celulares, computadores, televisão etc.? Deixemos bem claro, evidentemente, que a intenção do evento não era fazer oposição ao desenvolvimento tecnológico e a todas as comodidades que esses avanços nos proporcionam, muito pelo contrário. A ideia do evento foi a de justamente enriquecer esses inventos maravilhosos, dando a eles o devido valor, ao invés de pejorá-los, fazendo-lhes mau uso.

A solução então estava no reset, isso mesmo, recomeçar. E novamente os participantes foram conduzidos ao universo de suas próprias consciências, com a ajuda de uma dinâmica em que todos foram inseridos em um ambiente primitivo, após terem sido exterminados por uma máquina que veio do futuro, com o propósito de realizar o exílio daqueles que não souberam aproveitar os recursos tecnológicos. Nesse instante, todos puderam entender, pelo menos parcialmente, o que aconteceu com os capelinos. E ficava aí, a grande reflexão do evento: De todos os seres na terra, o ser humano se destaca por sua capacidade de adaptação e criação. Logo, cabe a ele, como ser predominante e agente transformador de seu próprio meio, a responsabilidade de usar todo o seu conhecimento para o bem geral do planeta, no campo material e, sobretudo, no campo moral.